Investigadores do Instituto Português de Oncologia Francisco Gentil (IPO Lisboa) identificaram novas alterações genéticas em alguns tipos de cancro familiar, dados que podem vir a ser importantes na prevenção, diagnóstico genético, vigilância e tratamento do cancro hereditário.
Em comunicado, o IPO Lisboa confirma o trabalho, feito ao longo de seis anos por seis equipas de investigação, que se dedicaram ao estudo e investigação de novos genes e das alterações genéticas responsáveis por alguns tipos de cancro familiar e individual.
Um estudo cujos resultados vão ser apresentados no dia 6 de março, a partir das 9h00, no anfiteatro do Instituto.
“A identificação de novas alterações genéticas envolvidas na predisposição para o cancro em famílias com elevada prevalência de tumores e a caracterização das alterações moleculares dos tumores têm uma crescente utilidade na clínica”, afirma Branca Limón Cavaco, coordenadora da Unidade de Investigação e Patobiologia Molecular (UIPM) do IPO Lisboa.
“Neste estudo de suscetibilidade familiar e individual procuramos identificar novos genes e mutações responsáveis por formas de cancro com evidente agregação familiar, mas sem alteração genética subjacente reconhecida”, acrescenta a especialista.
“No grupo de tumores estudados – cólon e reto, tiróide, próstata, ovário, melanoma e tumores hematológicos – caracterizámos aspetos clínicos, moleculares e celulares subjacentes à doença oncológica que representam um avanço no conhecimento da patobiologia e que poderão vir a ter impacto no diagnóstico genético e nos protocolos de vigilância clínica e de prevenção do cancro nas famílias, mas também na decisão terapêutica”, reforça a líder do projeto.
Estudo abre novas linhas de investigação
Desenvolvido entre 2013 e 2019, o projeto ‘Risco de Cancro Familiar e Individual – Identificação de Novos Genes’ envolveu vários grupos de investigação do IPO Lisboa e foi cofinanciado pelo próprio IPO, pela Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Sul e pela TVI – Televisão Independente.
Um trabalho apenas possível graças à utilização da tecnologia de sequenciação mais avançada, disponível no IPO Lisboa. E, como em todos os projetos científicos bem-sucedidos, “também este abre novas linhas de investigação, às quais é importante dar continuidade de forma a melhorar a prática clínica na área da oncologia”.