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Qual o nível de preparação do mundo para uma pandemia? Estudo dá a resposta

preparação para uma pandemia

Quando o Índice GHS (Global Health Security) foi originalmente divulgado, em outubro de 2019, a possibilidade de uma pandemia não passava disso mesmo, uma hipótese. O que o Índice GHS pretendia era fazer o retrato, ao nível da saúde, de 195 países, Portugal incluído, e serve agora para mostrar o nível de preparação de cada um deles. E confirma que, no geral, não há nenhum verdadeiramente preparado. No caso do nosso, o resultado não é mau, mas podia ser bem melhor.

O projeto, levado a cabo pela Iniciativa de Ameaça Nuclear (NTI) e o Johns Hopkins Center for Health Security (JHU), juntamente com a Economist Intelligence Unit (EIU), visava estimular “mudanças mensuráveis na segurança nacional de saúde e melhorar a capacidade internacional para lidar com um dos riscos mais omnipresentes do mundo: surtos de doenças infecciosas que podem levar a epidemias e pandemias internacionais”.

Se o fez ou não é uma incógnita, mas serve agora para ilustrar o nível de preparação dos países face ao que deixou de ser eventual e é hoje real: uma pandemia.

No geral, e de entre os 195 países avaliados, Portugal surge no 20.º lugar, mas com uma classificação total de 60.3 pontos, de um máximo de 100, e à frente de países como o Japão (21.º), a Itália (31.º) ou a Grécia (37.º).

Nos lugares cimeiros, o destaque vai para os EUA, na liderança, seguido pelo Reino Unido e Holanda. Mas na lista dos 10 primeiros encontram-se ainda a Austrália, Canadá, Tailândia, Suécia, Dinamarca, Coreia do Sul e Finlândia.

Posição por categorias

Dividido em várias categorias, o documento apresenta a classificação dos países no que diz respeito à prevenção do surgimento de patógenos; deteção e relatórios precoces de epidemias de potencial interesse internacional; resposta rápida e mitigação da propagação de uma epidemia; se o sistema de saúde é suficiente e robusto para tratar os doentes e proteger os profissionais de saúde; conformidade com as normas internacionais e, finalmente, ambiente geral de risco e vulnerabilidade do país face a ameaças biológicas.

No que diz respeito à prevenção, Portugal surge em 33.º lugar de entre 195 países, baixando para o 61.º quando se avalia o indicador correspondente à deteção. Destaca-se, dentro desta categoria, a 20.ª posição quando se fala na capacidade laboratorial para detetar doenças prioritárias, mas baixa para a 116.º quando se trata da existência de um programa de treino em epidemiologia.

Ao nível da resposta, o nosso país consegue um 8.º lugar, estando no topo quando se trata de avaliar a existência de um plano nacional de resposta a emergências de saúde pública, mas baixando para o 75.º no que diz respeito ao acesso a infraestruturas de comunicação.

A robustez do sistema de saúde confere a Portugal o 17.º posto a nível global, ainda que tenham sido detetadas falhas ao nível da comunicação com profissionais de saúde durante uma emergência de saúde pública (43.º lugar) ou em relação aos recursos humanos disponíveis (37.º).

Ao nível das normas, Portugal ocupa o 26.º lugar e a avaliação feita ao último critério, o risco, coloca-nos no 22.º posto.

Falta de preparação geral para uma pandemia

Apesar dos resultados positivos do nosso e de outros países, a análise do Índice GHS conclui que “nenhum país está totalmente preparado para epidemias ou pandemias”. “Coletivamente”, lê-se no documento, “a preparação internacional é fraca. Muitos países fazem não mostrar evidências das capacidades de segurança de saúde e recursos necessários para prevenir, detetar e responder a surtos significativos de doenças infecciosas”.

Em média, a pontuação do GHS entre todos os 195 países avaliados fica-se pelos 40,2, num valor que tem 100 como máximo.

“No geral, o Índice GHS encontra deficiências graves nas capacidades de os países prevenirem, detetarem e responderem a emergências de saúde; lacunas graves nos sistemas de saúde; vulnerabilidades para riscos políticos, socioeconómicos e ambientais, que podem gerar confusão na preparação e resposta a surtos, e ainda falta de adesão às normas internacionais.”

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