Que as crianças, no geral, comem muitos doces não é propriamente uma novidade. Mas os números britânicos confirmam-no com dados assustadores: de acordo com as autoridades britânicas, quando chegam ao décimo aniversário, as crianças já ultrapassaram a ingestão máxima recomendada de açúcar até aos 18 anos.
Os números são da Public Health England (PHE), tendo por base o consumo total de açúcar a partir dos dois anos e dão o mote para uma nova campanha da Change4Life (programa de saúde pública inglês), que se destina a ajudar as famílias a reduzir o açúcar e combater as taxas crescentes de obesidade infantil.
Por terras de sua majestade, e apesar de todos os esforços feitos para contrariar o consumo de doces, os mais pequenos ainda ingerem cerca de oito cubos de açúcar em excesso por dia, o equivalente a cerca de 2.800 cubos a mais por ano.
Para ajudar os pais, a Change4Life incentiva-os a fazerem trocas simples, seja nos iogurtes, nas bebidas ou nos cereais de pequeno-almoço, oferecendo versões mais saudáveis dos alimentos e bebidas de que os mais pequenos gostam.
Trocas simples, mas eficazes
Os conselhos até podem ser dirigidos aos britânicos, mas vale também para os portugueses. Da próxima vez que os pais forem às compras, que tal trocar um iogurte com alto teor de açúcar para um menos açucarado, receita que vale também para os cereais? Ou optar por um sumo sem adição de açúcar?
Transformar estas trocas num hábito diário poderia remover cerca de 2.500 cubos de açúcar por ano da dieta de uma criança. Claro que trocar o chocolate, pudins, doces, bolos e doces por opções mais saudáveis, como pão, geleias sem açúcar ou cremes com baixo teor de açúcar reduziria ainda mais a sua ingestão.
32% das meninas e 29% dos meninos com quilos a mais
Apesar de os dados mais recentes do estudo Childhood Obesity Surveillance Initiative(COSI), da Organização Mundial da Saúde-Europa, terem confirmado a diminuição das prevalências de excesso de peso e obesidade infantil em Portugal, ainda assim, até 2017, 32% das crianças (com sete anos) portuguesa do sexo feminino apresentavam excesso de peso (incluindo obesidade), o mesmo acontecendo em 29% das crianças do sexo masculino.
Dados que confirma que os países do sul da Europa continuam a ser aqueles em que se verificam as maiores prevalências de obesidade infantil.