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Amendoim, um amigo da função cognitiva

amendoim

Que os frutos secos fazem bem à saúde, já vários estudos confirmaram. Agora, um novo trabalho realça os benefícios do amendoim na função cognitiva e na resposta ao stress, sobretudo nas pessoas mais jovens e saudáveis.


O amendoim (Arachi hypoagea) é uma oleaginosa originária da América do Sul, introduzida na Europa no século XVIII. Produz uma fruta de grande interesse nutricional, rica em ácidos gordos, proteínas, fibras, polifenóis e outros compostos bioativos de potencial interesse para a nossa saúde.

Este estudo, liderado por uma especialista da Faculdade de Farmácia e Ciências Alimentares da Universidade de Barcelona, ​foi realizado com um grupo de 63 pessoas saudáveis, ​​com idades entre 19 e 33 anos, que incluíram uma porção regular de produtos de amendoim na sua alimentação diária.

“A maioria dos estudos de intervenção nutricional foi realizada numa população com obesidade, síndrome metabólica ou em risco de doença metabólica crónica. Nessa população de risco, é mais fácil observar um efeito benéfico ar alterar o padrão alimentar ou introduzir uma alimentação saudável”, observa Rosa M. Lamuela.

“No entanto, observamos no estudo o efeito benéfico da ingestão diária de produtos de amendoim na melhoria da função cognitiva e na resposta ao stress numa população jovem e saudável, grupo em que qualquer efeito na saúde é mais difícil de observar.”

A equipa analisou os potenciais efeitos do consumo de amendoins na saúde através de um conjunto de testes cognitivos e analíticos relacionados com indicadores bioquímicos de resposta ao stress (como o cortisol). Os resultados revelaram também  um aumento nos ácidos gordos fecais de cadeia curta – da microbiota – , além de biomarcadores específicos, ácidos gordos saturados de cadeia longa e certos polifenóis, todos compostos bioativos associados a diversos benefícios para a saúde.

Os especialistas não encontraram diferenças significativas entre o consumo de manteiga de amendoim e amendoim. Além disso, tudo sugere que a variável idade não influenciou as análises estatísticas, uma vez que não houve mudanças devido às diferenças de idade. “Esse é outro elemento de interesse do estudo, pois muitos estudos nutricionais mostram diferenças significativas em pessoas com elevado risco de adoecer, sobretudo os idosos.”

O impacto do amendoim na microbiota

A equipa analisou se a introdução de produtos à base de amendoim numa dieta saudável poderia ter um impacto positivo no eixo intestino-cérebro da microbiota e, logo, contribuir para a prevenção de doenças futuras.

“Há evidências que sugerem uma relação bidirecional entre os compostos fenólicos e a microbiota intestinal, e alguns autores observaram uma melhoria no cérebro e na saúde geral após uma intervenção rica em polifenóis. As substâncias prebióticas presentes no amendoim – como os polifenóis – podem afetar a cognição e o humor indiretamente, através de interações com a microbiota intestinal e potenciar o eixo intestino-cérebro da microbiota”, refere a especialista.

Este estudo, publicado na revista Clinical Nutrition, mostra resultados promissores que requerem confirmação em estudos realizados com um grupo maior de pessoas. 

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