
Beber duas a três chávenas de café por dia está associado a uma vida útil mais longa e a um menor risco de doenças cardiovasculares, quando comparado com o não consumo, revela um estudo publicado no European Journal of Preventive Cardiology, um jornal da Sociedade Europeia de Cardiologia. Os resultados aplicam-se às variedades moídas, instantâneas e descafeinadas.
“Neste grande estudo observacional, o consumo de café moído, instantâneo e descafeinado foi associado a reduções equivalentes na incidência de doenças cardiovasculares e morte por doença cardiovascular ou qualquer outra causa”, refere o autor do estudo, Peter Kistler, especialista do Baker Heart and Diabetes Research Institute, em Melbourne, na Austrália.
“Os resultados sugerem que a ingestão ligeira a moderada de café moído, instantâneo e descafeinado deve ser considerada parte de um estilo de vida saudável.”
Menor risco de morte para consumidores de café
Há pouca informação sobre o impacto de diferentes preparações desta bebida tão consumida em todo o mundo na saúde e no coração. Este estudo examinou as associações entre diferentes tipos de e arritmias, doenças cardiovasculares e morte, usando dados de adultos com idades entre os 40 e os 69 anos, livres de doenças cardiovasculares no início do estudo.
Questionados sobre o número de chávenas que bebiam por dia e o tipo consumido, foram depois agrupados em seis categorias de acordo com a ingestão diária: zero, menos de uma chávena, uma, duas a três, quatro a cinco e mais de cinco. Uma quase maioria (44,1%) consumia instantâneo, 18,4% preferiam moído e 15,2% descafeinado, aos quais se juntavam ainda 22,4% que não bebiam de todo.
A avaliação feita permite concluir que todos os tipos foram associados a uma redução na mortalidade por qualquer causa, sendo a maior redução de risco observada com o consumo de duas a três chávenas por dia: em comparação com aqueles que não ingeriam esta bebida, estes tinham uma probabilidade 14% inferior de morte associada ao consumo de descafeinado, 27% de moído e 11% de instantâneo.
A doença cardiovascular foi diagnosticada em 9,6% participantes durante o acompanhamento, mas todos os subtipos de café foram associados a uma redução na incidência destas doenças. Mais uma vez, o menor risco foi observado com o consumo de duas a três chávenas por dia: em comparação com a abstinência, o consumo foi associado a uma probabilidade de morte reduzida em 6% para os consumidores de descafeinado, 20% para o moído e 9% para o instantâneo.
No que diz respeito às arritmias, diagnosticadas em 6,7% dos participantes do estudo, o consumo de moído e solúvel, mas não descafeinado, foi associado a uma também redução do risco de morte.
“A cafeína é o constituinte mais conhecido desta bebida, que contém mais de 100 componentes biologicamente ativos. É provável que os compostos não cafeinados tenham sido responsáveis pelas relações positivas observadas entre o consumo, as doenças cardiovasculares e sobrevivência”, refere o especialista.
“As nossas descobertas indicam que a ingestão de pequenas quantidades de café de todos os tipos não deve ser desencorajado, mas pode ser apreciado como um comportamento saudável para o coração.”