
As campanhas que apelam a um uso mais racional dos antibióticos podem estar a surtir efeito. De acordo com os dados do Infarmed, em 2017 assistiu-se a uma redução de 3,7% no número de unidades utilizadas nos hospitais (cerca de dez milhões) do Serviço Nacional de Saúde.
Os antibióticos são, de acordo com a mesma fonte, a oitava classe terapêutica mais utilizada, num ranking em que se destacam os antivíricos ou os medicamentos para a hipertensão.
De acordo com os dados do Relatório de Monitorização do Consumo de Medicamentos em Meio Hospitalar, relativo a 2017, a diminuir, desta feita pela primeira vez, esteve a despesa com a área terapêutica da Infeção VIH/sida – menos 5,4% ou seja, menos 12,3 milhões de euros.
Ao todo, os gastos chegam aos 215 milhões, com esta a manter o segundo lugar na lista de áreas com mais peso para os orçamentos dos hospitais.
Despesa com medicamentos não para de aumentar
Contas feitas, a despesa global com medicamentos alcançou, no ano passado, 1.141 milhões de euros, o que significa um aumento de 59 milhões (+5,5%) face ao ano anterior.
Na área da oncologia, houve mais tratamentos e mais medicamentos inovadores aprovados (foram 18 em 2017), com os tratamentos para o cancro a representarem atualmente um quinto do total da despesa dos hospitais. Em 2017, esse valor foi superior a 284 milhões de euros, mais 13,7% do que no período homólogo, embora esta subida seja consistente nos últimos anos, revela o relatório.
A contribuir para este crescimento está o maior acesso a moléculas inovadoras, que beneficiou sobretudo os doentes com cancro do pulmão e melanoma.
Medidas na calha para controlar gastos
No que diz respeito aos biossimilares, a sua taxa global de utilização está acima de 40% no universo de medicamentos que já dispõem de biossimilar.
Aqui, o relatório dá conta da necessidade de aumentar ainda mais esta percentagem e de reforçar a negociação com as empresas farmacêuticas com vista à redução dos preços dos medicamentos, assim como um maior planeamento a longo prazo da entrada de novas moléculas, medidas em curso para o controlo da despesa.