Em 2021, o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) realizou 53.720 cirurgias, um resultado que constitui o maior número de doentes operados em 63 anos, representando 8 a 10% de toda a produção nacional cirúrgica convencional programada.
“Com a suspensão da atividade eletiva não urgente, adivinhava-se um aumento da pressão com a reabertura dos Centros de Saúde, pelo que foi necessário antecipar a resposta e criar circuitos que permitissem o tratamento de todos os doentes covid e não covid”, avança o hospital em comunicado.
“Tivemos que nos reinventar: redimensionou-se a unidade pós anestésica para dar resposta à atividade eletiva e libertar camas de Medicina Intensiva; otimizou-se a capacidade dos blocos operatórios; aumentou-se o número de salas operatórias de ambulatório e ampliou-se a ambulatorização; iniciámos a monitorização domiciliária dos doentes operados; dinamizámos a hospitalização domiciliária; desenvolvemos a App My São João”, explica Elisabete Barbosa, diretora da Unidade Autónoma de Gestão de Cirurgia do CHUSJ.
“Terminámos 2021 com um aumento de 17% das cirurgias realizadas, correspondendo a mais 7.898 cirurgias face a 2020. Houve uma redução significativa da mediana de espera para 1,5 meses e pela primeira vez a resolução de todos os doentes a aguardar cirurgia há mais de um ano, sendo que 94% dos doentes foram operados dentro do Tempo Máximo de Resposta Garantidos”, acrescenta Elisabete Barbosa.
Em 2021, o CHUSJ registou uma melhoria dos indicadores relacionados com o tempo e qualidade de resposta aos doentes oncológicos em estádios mais avançados por atraso no diagnóstico. Apesar da pressão da pandemia, “realizámos cirurgias inovadoras e diferenciadas ao nível de centros mundiais de referência. Fomos procurados por doentes e instituições para resolução dos casos mais complexos”.
Com a estabilização da Lista de Espera para Cirurgia e a melhoria da acessibilidade à cirurgia programada, nos últimos meses não foram emitidos vales cirúrgicos para o exterior. Desde maio, inverteu-se este circuito e o Hospital começou a receber doentes de todo o País, em colaboração com outros hospitais do Serviço Nacional de Saúde e competindo com as instituições privadas e sociais.
“Quem faz a diferença nas instituições são as lideranças e os profissionais. Os últimos dois anos foram de uma exigência inimaginável, mas as equipas mantiveram o entusiasmo e a motivação, o que permitiu a recuperação da atividade não realizada nos anos anteriores. O grande desafio para 2022 será a cirurgia robótica, projeto que perseguimos desde 2019 e que iremos concretizar. Concretizar o futuro”, conclui.