Um relatório realizado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) para a Ordem dos Enfermeiros revela que a existência de enfermeiros especialistas traduz-se em ganhos em saúde. E traduz esta ideia para números: ter enfermeiros especialistas poderia resultar numa poupança de 5% nos internamentos hospitalares.
“Uma população envelhecida, com doenças crónicas (…) exige uma redefinição da política de gestão de recursos humanos (…) capaz de atender a estes novos desafios societais”, lê-se no relatório ‘Os cuidados de enfermagem especializados como resposta à evolução das necessidades em cuidados de saúde’, que reforça a necessidade crescente de recursos humanos de saúde especializados.
Relativamente ao internato de especialidade, o relatório refere ser um instrumento adequado ao processo de desenvolvimento e valorização profissional do enfermeiro. Isto apesar do impacto orçamental decorrente da criação de um internato de especialização em Enfermagem, que é largamente mitigado pelos benefícios decorrentes da implementação.
“Estima-se que o impacto orçamental desta medida, considerando o cenário no qual são disponibilizadas anualmente 1.500 posições para enfermeiros especialistas, seja um benefício líquido médio de cerca de 18M€/ano.”
Este valor resulta da diferença entre um custo estimado de 63M€/ano, o que inclui o acréscimo salarial e os custos com o internato, e de um benefício estimado de 81M€/ano, resultante de uma poupança esperada de 5% nos internamentos hospitalares, revela a mesma fonte.
Um impacto que se faz também sentir ao nível social, permitindo ganhos em saúde e de eficiência na gestão. A isto junta-se o facto de uma especialização dos cuidados de Enfermagem contribuir para a valorização dos profissionais, na medida em que lhes confere a possibilidade de construir uma carreira profissional e incentiva à renovação contínua da sua formação.