
Estima-se que mais de 200 mil pessoas vivam com psoríase em Portugal, uma doença em que as células da pele se acumulam e formam manchas secas que provocam comichão. Agora, um novo estudo garante que os níveis de vitamina D podem desempenhar um papel importante na gravidade desta doença.
A análise, que incluiu quase 500 casos de psoríase, revela uma relação linear entre o aumento da gravidade desta doença e a diminuição dos níveis de vitamina D medidos através de análises ao sangue.
“Os cremes tópicos de vitamina D sintética estão a emergir como novas terapias para a psoríase, mas normalmente requerem uma prescrição médica”, afirma Rachel K. Lim, especialista na Warren Alpert Medical School da Brown University. “Os nossos resultados sugerem que uma dieta rica em vitamina D ou a toma de suplementos orais de vitamina D podem também trazer alguns benefícios aos doentes com psoríase.”
Mais vitamina D, menos gravidade da psoríase
Acredita-se que a vitamina D influencia o desenvolvimento de doenças da pele ao afetar a resposta imunitária do organismo e através de efeitos diretos nas células envolvidas na reparação da pele.
“Com o crescente interesse do público pela suplementação vitamínica, quisemos examinar melhor a relação entre os níveis de vitamina D e a gravidade da psoríase”, afirma Cho. “Poucos estudos procuraram esta associação em grupos de pessoas, sobretudo em grandes populações dos EUA, ou examinaram esta relação através de uma lente de nutrição clínica.”
Para o novo estudo, os investigadores identificaram 491 casos de psoríase em mais de 40,000 participantes extraíram também dados sobre os níveis de vitamina D, a área de superfície corporal afetada pela doença e outros fatores, incluindo a idade, o sexo, a raça, o índice de massa corporal e o tabagismo.
Depois de ajustados os fatores relacionados com o estilo de vida, a análise mostrou que os níveis mais baixos de vitamina D e a deficiência de vitamina D estavam significativamente associados a uma maior gravidade da psoríase. Os investigadores constataram igualmente que os doentes com a menor superfície corporal afetada pela doença apresentavam os níveis médios de vitamina D mais elevados, enquanto os doentes com a maior área afetada apresentavam os níveis médios de vitamina D mais baixos.
Embora a toxicidade da vitamina D na dieta seja rara, os investigadores aconselham as pessoas com esta doença a consultarem os seus médicos e dermatologistas antes de tomarem suplementos.