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Novos biomarcadores podem revolucionar o diagnóstico de insuficiência cardíaca

insuficiência cardíaca

Investigadores da Universidade de Oslo, na Noruega, identificaram grupos específicos de biomarcadores que podem distinguir entre os diferentes tipos de insuficiência cardíaca e permitir a sua identificação através de um simples exame de sangue.

A insuficiência cardíaca crónica continua a ser uma das principais causas de morte no mundo, apesar dos avanços médicos, e é ainda responsável por debilitar mais de 26 milhões de pessoas por ano. Existem duas formas distintas deste problema: uma na qual o coração não consegue bombear com força suficiente para empurrar uma quantidade de sangue para a circulação (ICFEr –  insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida); e um segundo tipo, em que o coração perde a sua capacidade de relaxar normalmente devido a um músculo cardíaco rígido (ICFEp –  insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada).

Investigadores do Instituto de Investigação Médica Experimental da Universidade de Oslo (UiO) identificaram um painel de biomarcadores no sangue, que apresenta um elevado desempenho na deteção da insuficiência cardíaca e das suas principais formas.

“Há uma necessidade não satisfeita de uma ferramenta de diagnóstico minimamente invasiva para as diferentes formas de insuficiência cardíaca. Um dos desafios está na identificação adequada dessas duas formas principais. Até ao momento, não há nenhum exame de sangue preciso que possa fazer bem esse trabalho, sobretudo nos doentes com a segunda forma de insuficiência cardíaca”, refere Gustavo J. J. da Silva, um dos especialistas envolvidos neste estudo.

“As nossas descobertas fornecem uma melhor diferenciação entre as essas duas principais formas de insuficiência cardíaca. Tal ferramenta diagnóstica auxiliará indiretamente os médicos nas suas decisões terapêuticas”, acrescenta.

Gustavo da Silva, juntamente com o estudante de doutoramento Reza Parvan e os colegas, concentraram a sua investigação no desempenho diagnóstico de pequenas moléculas intracelulares, conhecidas como “microRNAs”. Ao rastrear estudos de 1999 e incluir 45 deles numa meta-análise, foram capazes de gerar um conjunto de dados robusto, com 3.464 doentes e 2.666 indivíduos não doentes ou saudáveis.

“Com isso, conseguimos identificar painéis específicos contendo sete a oito microRNAs com capacidades razoáveis ​​para ‘excluir’ doentes com as duas principais formas de insuficiência cardíaca”, diz Silva.

“Além disso, comparamos o seu desempenho com outros biomarcadores em uso nas clínicas, demonstramos que os microRNAs apresentaram valores aditivos aos biomarcadores convencionais no diagnóstico desta doença cardíaca.”

O próximo passo seria realizar a validação clínica desses painéis de biomarcadores. “Eventualmente, vislumbramos o uso de biomarcadores moleculares de última geração para rastrear pessoas com insuficiência cardíaca de alto risco de forma rápida, precisa e barata.”

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