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Novos biomarcadores podem prever risco de artrite reumatoide

artrite reumatoide

Células de um esfregaço feito na bochecha revelaram a existência de biomarcadores para a artrite reumatoide que podem levar a uma forma mais rápida de diagnosticar e iniciar o tratamento, mesmo antes de a doença se desenvolver, revela um estudo publicado na revista Scientific Reports.

No estudo, investigadores da Washington State University e da Arthritis Northwest, de Washington, nos EUA, identificaram um conjunto de epimutações em células de mulheres com artrite reumatoide, distintas daquelas sem a doença autoimune que afeta as articulações. E as epimutações são as mudanças que se herdam e ocorrem nos genes, mas não têm origem em alterações na sequência do ADN.

Uma descoberta que pode promover o tratamento da artrite reumatoide, afirma Michael Skinner, o autor sénior do artigo.

“Se pudermos identificar estes doentes dez anos antes do desenvolvimento da doença, isso abrirá toda uma arena da medicina preventiva à qual antes não tínhamos acesso.”

A artrite reumatoide afeta cerca de 50 mil pessoas em Portugal, com uma prevalência maior entre as mulheres. Embora os atuais tratamentos tenham eficácia limitada em muitas pessoas que já desenvolveram a doença, alguns estudos mostram que quando iniciados nos estágios iniciais podem causar remissão dos sintomas.

Identificar biomarcadores para esta doença pode permitir, então, que o tratamento comece ainda mais cedo, antes dos primeiros sinais, refere Skinner.

Para o estudo, os investigadores recolheram células da boca, ou bochechas, de um grupo de mulheres, usando uma zaragatoa. Mesmo que sejam retiradas da bochecha, as células permitiram realizar uma análise de todo o epigenoma, palavra que traduz, literalmente, “acima” do genoma, consistindo em fatores químicos que podem modificar o genoma e mudar o seu comportamento. Embora não façam parte do próprio ADN, as epimutações podem ainda ser transmitidas às gerações seguintes.

Descobertas que acrescentam evidências de que a doença é provavelmente sistémica, refere Skinner, o que significa que foi encontrada não apenas nas células do sistema imunitário envolvidas no desenvolvimento da artrite reumatoide, mas em muitas células diferentes em todo o corpo.

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