Tendo em conta que os peixes gordos e produtos do mar são ricos neste tipo de substâncias, o reforço do consumo de peixe é essencial para um aporte dos ácidos gordos que, apesar de estarem também presentes no leite materno, as suas quantidades variam muito, dependendo de fatores como a alimentação materna e até da genética.
Os efeitos da carência destes ácidos gordos nos bebés, sobretudo nos bebés nascidos antes das 37 semanas de gestação, incluem um pior desempenho a nível cognitivo e da linguagem, menos habilidades motoras, menos competências sociais e comunicacionais e mais problemas de comportamento.
Já o consumo de níveis mais elevados de peixe na gravidez, assim como a amamentação até aos seis meses, tem como resultado, constatado por vários estudos, um melhor desempenho neurocognitivo das crianças.
Doses recomendadas
Ao site da Universidade do Porto, Margarida Figueiredo Braga refere que há mesmo evidência de que uma ingestão adequada de ómega 3, quer através do peixe, quer da amamentação, pode “conferir alguma proteção contra o autismo”, problema com uma prevalência estimada de 1 a 2%.
Do mesmo modo, pode prevenir ou mitigar os sintomas de Hiperatividade e Défice de Atenção, perturbação que afeta 5 a 7% das crianças, sobretudo do sexo masculino.
Apesar de tudo, a especialista defende a necessidade de mais estudos, sobretudo para clarificar “o papel dos ácidos gordos neste tipo de perturbações e que prevejam quais as grávidas e crianças que mais irão beneficiar com uma suplementação ou otimização da dieta”.
As autoridades de saúde aconselham as grávidas e as mulheres que estão a tentar engravidar a consumir duas a três a porções de peixe ou 227 a 340 gramas por semana, preferindo sempre os que têm menor teor de mercúrio, como salmão, sardinha e cavala.