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Especialistas nacionais recomendam rastreio universal da anemia às grávidas

anemia na gravidez

Reconhecida como um problema global de saúde pública, a anemia afeta cerca de um quarto da população mundial, entre os quais muitas grávidas. Uma situação que levou a Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal (SPOMMF) a recomendar que se passe a fazer o rastreio deste problema de saúde e da ferropenia, ou seja, da deficiência de ferro, a todas as grávidas.

A Organização Mundial da Saúde estimava, em 2011, uma prevalência de anemia nas grávidas de 38%, valor que chega aos 26% na Europa. Por cá, os dados do estudo EMPIRE, que caracterizou a sua prevalência na população portuguesa, confirmaram este problema.

Tendo em conta que “a anemia ferropénica é a causa mais frequente de anemia gestacional”, a SPOMMF publica um conjunto de Normas de Orientação Clínica referentes à Anemia na Gravidez e no Puerpério, das quais fazem parte a recomendação do rastreio.

Este deve ser feito antes da conceção e/ou no 1º trimestre, entre as 24 e 28 semanas de gravidez, assim como no 3º trimestre de gestação.

É ainda “essencial que todas as mulheres recebam aconselhamento dietético, relativamente a como aumentar a ingestão e absorção de ferro”, como forma de prevenção, lê-se no documento.

Deficiência de ferro e anemia: um risco para mãe e bebé

Nesta fase da vida da mulher, o défice de ferro pode assumir várias formas, desde uma ausência de reservas de ferro ainda sem a presença de anemia, até à existência da mesma, associada à deficiência de ferro.

Uma situação que aumenta o risco para as futuras mamãs, que enfrentam problemas como pré-eclâmpsia, descolamento prematuro de placenta, falência cardíaca e até morte, mas também para o feto. É que, também para este, poderão ocorrer consequências graves (parto pré-termo, restrição no crescimento do feto e até morte fetal).

As normas, agora publicadas, incluem ainda as melhores opções para tratar os diferentes tipos de anemia na gravidez, assim como a necessidade de suplementação, não só com ácido fólico, que “é uma medida universalmente preconizada para a prevenção dos defeitos do tubo neural”, mas também com ferro, em mulheres sem anemia.

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