Durante a gestação, costumam ser muitos os aspetos que merecem a atenção da mulher. Há um que estas tendem a esquecer mas que, segundo os especialistas, pode ter consequências graves, como o parto prematuro. Falamos da saúde oral.
É João Braga, médico dentista do grupo Best Quality Dental Centers (BQDC), que o confirma: “caso não existam hábitos de higiene corretos podem ocorrer problemas na mulher, tais como gengivite (inflamação das gengivas) e periodontite (inflamação dos tecidos duros e moles que envolvem os dentes). Esta última pode levar a que o bebé nasça prematuro ou com baixo peso”.
O especialista explica que “a principal causa da gengivite (inflamação das gengivas) na gravidez é a existência de placa bacteriana, e não a alteração hormonal como se pensa popularmente”.
E, acrescenta, se esta não for tratada “pode evoluir para uma periodontite que, por sua vez, pode provocar a perda dentária”.
Mas há mais. Durante a gravidez pode também aumentar a sensibilidade dentária, “uma vez que a cavidade oral é mais exposta ao ácido gástrico, devido ao aumento da possibilidade de refluxo gastro esofágico e vómitos. A presença dos sucos gástricos na boca (ácidos) potência a erosão do esmalte dentário e, consequentemente, favorece o aparecimento da cárie dentária”, alerta o médico.
Como evitar problemas na gestação
Para evitar problemas maiores, uma mulher deve ter cuidado com a saúde oral ao longo de toda a sua vida, sendo a gravidez uma fase que merece uma atenção redobrada.
“Deve consultar o seu médico dentista (antes de engravidar e durante a gravidez) para um diagnóstico e tratamento completo, escovar os dentes no mínimo duas vezes por dia durante, pelo menos, dois minutos, usar o fio dentário, fazer uma dieta equilibrada e (no pós parto) é importante evitar a partilha da colher com o bebé para que não haja transmissão de bactérias”, aconselha o médico.
João Braga refere ainda que, no caso de ser necessário “algum tratamento médico-dentário, mesmo com anestesia, não tem nada que temer. É apenas aconselhado que não faça radiografias sem a devida proteção do abdómen e, no primeiro trimestre, devem-se evitar procedimentos demasiado invasivos. A melhor atitude é sempre a prevenção e o diagnóstico precoce para evitar males maiores e de mais difícil resolução”.