
Muito se tem falado sobre o jejum intermitente, uma forma usada para reduzir o peso. Mas um novo estudo conclui que fazer menos refeições e menos refeições grandes pode ser uma estratégia de gestão de peso mais eficaz do que restringir as refeições a um período de tempo. Ou seja, o intervalo de tempo entre a primeira e a última refeição não parece associado a uma alteração de peso.
A frequência e tamanho das refeições é um determinante mais forte da perda ou ganho de peso do que o tempo entre a primeira e a última refeição, mostra uma investigação publicada no Journal of the American Heart Association, uma publicação da American Heart Association.
Segundo a autora do estudo, Wendy L. Bennett, professora associada de medicina na Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, embora os padrões de alimentação com restrições de tempo, conhecidos como jejum intermitente, sejam populares, ainda foi ainda determinado, de forma rigorosa, se a limitação da janela total de alimentação durante o dia ajuda a controlar o peso.
Este estudo avaliou a associação entre o tempo desde a primeira até à última refeição e a mudança de peso junto de quase 550 adultos, a maioria dos quais com um índice médio de massa corporal de 30,8, o que é considerado obeso.
E estes, ou seja, os que apresentavam um índice de massa corporal mais elevado, eram mais propensos a exercitarem-se menos, a comer menos frutas e vegetais e a ter uma duração mais curta desde a primeira até à última refeição, em comparação com os adultos que tinham um índice de massa corporal mais baixo.
A análise dos dados permitiu verificar que o tempo entre refeições não foi associado a alterações de peso durante o período de acompanhamento, que foi de seis anos. Isto inclui o intervalo entre a primeira e a última refeição, desde o acordar até à primeira refeição, desde a última refeição até adormecer e a duração total do sono.
O número total diário de refeições grandes (estimado em mais de 1.000 calorias) e de refeições médias (estimado em 500 a 1.000 calorias) foi associado a um aumento de peso durante o período de acompanhamento, enquanto a ingestão de menos refeições pequenas (estimadas em menos de 500 calorias) foi associada a uma diminuição de peso.
Tal como refere Bennett, embora estudos anteriores tenham sugerido que o jejum intermitente pode melhorar os ritmos do corpo e regular o metabolismo, este estudo, realizado com um grupo com uma vasta gama de pesos corporais, não encontrou esta ligação.
Embora o estudo tenha descoberto que a frequência das refeições e o consumo total de calorias eram fatores de risco mais fortes para a mudança de peso do que o momento das refeições, os resultados não puderam provar causa e efeito diretos, segundo o autor principal do estudo, Di Zhao.