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Risco de demência elevado para quem sofre de fibrilhação auricular

fibrilhação auricular

A fibrilhação auricular está associada a vários problemas de saúde e é bem conhecida a sua relação perigosa com o AVC. Agora, uma tese da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, confirma que aquele que é um dos distúrbios cardíacos mais comuns tem também associado um elevado risco de demência.

A fibrilhação auricular, um problema cardíaco comum em idosos, é caracterizada por batimentos cardíacos irregulares e muitas vezes rápidos, com sintomas que podem ser crónicos ou ir e vir, o que faz com que muitos sofram da doença sem saber.

E é já conhecida a sua associação a um risco aumentado de acidente vascular cerebral, estando este, por sua vez, relacionado com o exacerbar do risco de demência. No entanto, a relação entre fibrilhação auricular e demência sem incidência de AVC não tinha ainda sido estabelecida.

Foi o que fez Lina Rydén, doutorada em epidemiologia neuropsiquiátrica pela Academia Sahlgrenska, da Universidade de Gotemburgo. “Pode haver várias razões pelas quais o risco de demência é elevado em pessoas com fibrilhação auricular, mesmo sem AVC”, afirma. “A demência pode ser causada, por exemplo, pelo fluxo sanguíneo alterado para o cérebro; enfartes cerebrais silenciosos, que são lesões no cérebro visíveis em imagens cerebrais, mas que não causam nenhum sintoma típico de AVC; ou fibrilhação auricular que desencadeia um processo inflamatório que aumenta o risco de demência.”

Além de risco elevado de demência e AVC, a investigadora descobriu que as pessoas com fibrilhação auricular têm enfartes cerebrais silenciosos e pequenos enfartes mais profundos dentro da substância branca do cérebro, com mais frequência do que outras pessoas. Estes pequenos enfartes, ou lacunas, como são chamados, podem ser sinais de doença cerebral dos pequenos vasos.

O tratamento atual da fibrilhação auricular visa sobretudo mitigar os sintomas e prevenir o AVC. No entanto, é necessário mais conhecimento sobre qual o melhor tratamento e quando deve ser administrado para reduzir o risco de demência. “Como não há hoje um tratamento curativo para a demência, é importante detetar e tratar os fatores de risco da melhor forma, para prevenir o seu início da doença.”

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