No Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), já se encontram em implementação novas ferramentas de avaliação e intervenção sobre o uso de antimicrobianos. As medidas estão no âmbito do “Drive-AMS”, projeto europeu de gestão de antimicrobianos, com vista à mudança comportamental e cultural relativa à prescrição de antibióticos.
O projeto visa a capacitação de diferentes unidades hospitalares, de quatro países, com ferramentas acessíveis para a avaliação da qualidade do uso de antimicrobianos, identificação dos principais problemas de prescrição e planeamento de intervenções.
A resposta eficaz à resistência aos antibióticos implica que o seu uso seja prudente, sensato e responsável e que se mantenham métricas e indicadores simples que permitam identificar áreas de melhoria de qualidade de prescrição.
Assim, o “Drive-AMS” quer promover o uso adequado de antibióticos, através do reforço e capacitação dos programas de apoio à prescrição de antibióticos – antimicrobial stewardship (AMS) -, já existentes nas unidades hospitalares portuguesas, com o intuito de reduzir a emergência de resistências aos antibióticos e, assim, garantir o acesso sustentável a estes fármacos indispensáveis. Esta é, aliás, uma das principais prioridades das políticas de saúde da União Europeia.
Liderado pelo Centro Hospitalar Universitário de St. Radboud e pela Universidade de Antuérpia, o programa vem contribuir para as metas europeias e nacionais de redução do uso inapropriado e combate à resistência aos antimicrobianos, sendo financiado pelo Programa EU4Health.
O São João (CHUSJ) integra o consórcio de seis instituições europeias e é a instituição portuguesa responsável pela implementação do projeto nas unidades hospitalares nacionais. Em Portugal, profissionais do CHUSJ, após uma formação inicial, realizam capacitação a outras unidades hospitalares para que possam ser incluídas como parceiras no projeto. A equipa é liderada por José Artur Paiva, inclui ainda Nuno Pereira e Francisco Almeida (CHUSJ) e conta com o apoio de elementos do St Radboud UMC e da Universidade de Antuérpia.
O CHUSJ, o CHTS e o IPOP têm já em curso intervenções de melhoria, nomeadamente na área da terapêutica antibiótica de infeções respiratórias adquiridas na comunidade (CHUSJ e CHTS) e da febre neutropénica (IPOP), com o intuito de reduzir os danos colaterais individuais e coletivos do uso de antibióticos e, dessa forma, reduzir a emergência de bactérias resistentes a antibióticos e mais difíceis de tratar e promover a sustentabilidade da eficácia destes fármacos.