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Smartphone são tão viciantes como substâncias psicoativas

mulher com smartphone

A maior parte das pessoas já não sabe viver sem eles, já não passa sem o movimento constante do dedo, numa dança que o leva a percorrer as redes sociais, a marcar números de telefone ou simplesmente a jogar. Mas mais do que uma companhia, os smartphones são já, garante um estudo recente, um vício semelhante ao do abuso de substâncias psicoativas.

Publicado na revista NeuroRegulation, o trabalho, liderado por Erik Peper, professor de Educação para a Saúde da Universidade de São Francisco, acrescenta a este outro facto: o de que o vício nestas tecnologias pode realmente ter um efeito negativo nas relações sociais.

A investigação que liderou, e que contou com a participação de 135 estudantes da Universidade de São Francisco, verificou que aqueles que nunca largavam os seus telefones relataram níveis mais elevados de sentimentos de isolamento, solidão, depressão e ansiedade.

Acreditam, por isso, que a solidão é uma consequência parcial da substituição da interação face a face por uma forma de comunicação em que a linguagem corporal e outros sinais não podem ser interpretados.

Para além destas descobertas, os cientistas concluíram também que estes mesmos alunos estavam quase sempre ‘agarrados’ aos seus aparelhos enquanto estudavam, assistiam a outros meios de comunicação, comiam ou frequentavam as aulas. Uma atividade constante, que não dá ao corpo ou à mente tempo suficiente para relaxar e se regenerar.

Interagimos mais de 2.600 vezes por dia com os smartphones

De acordo com a plataforma de investigação online dscout, que acompanhou 100.000 participantes e as suas interações com o smartphone ao longo de cinco dias, 24 horas por dia, as pessoas tocam, deslizam ou clicam nos aparelhos, em média, 2.617 vezes por dia

Os smartphones são quase irresistíveis, defende Erik Peper. As notificações, vibrações e outros alertas fazem-nos sentir compelidos a olhar para eles, acionando os mesmos caminhos neurais nos cérebros que em tempos nos alertaram para um perigo iminente, como um ataque de um tigre ou de outro grande predador. “Mas agora somos sequestrados por esses mesmos mecanismos que antes nos protegiam e nos permitiam sobreviver e devido às informações mais triviais.”

Mas nem todas as notícias são más. Tal como é possível treinar o corpo para que este ingira menos açúcar, podemos também tentar ser menos dependentes dos telefones e computadores. Peper sugere que se desativem as notificações, respondendo apenas a emails e percorrendo as redes sociais em horários específicos, agendado períodos sem interrupções para a concentração em tarefas importantes.

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