Ter um filho é um plano adiado para cada vez mais tarde. Mais do que isso, ter filhos depois dos 35 anos é já uma tendência na Europa. Portugal não só não é exceção, como está na lista de países onde esta é uma realidade crescente. Tanto que, em 2015, as mães portuguesas representavam já quase 30% do total.
Os dados encontram-se no European Perinatal Health Report, um relatório desenvolvido no âmbito do projeto europeu Euro-Peristat, e que revela que, entre 2010 e 2015, apenas quatro países europeus tiveram uma redução nesta taxas – Estónia, Alemanha, Holanda e Suécia.
Portugal surge na outra lista, aquela com países onde a taxa aumentou. Tanto que é mesmo destacado como a nação com o maior aumento (8%), ao lado de Espanha.
Números que preocupam os responsáveis pelo estudo e que os levam mesmo a pedir políticas para informar as mulheres sobre as consequências de ter filhos mais tarde, para que possam fazer escolhas informadas sobre qual a melhor altura de o fazer.
A esta medida juntam outra: incentivos à gravidez precoce, com políticas de apoio a pais jovens e mães trabalhadoras.
Menos cesarianas, mais bebés com baixo peso
O relatório traça o cenário da saúde de grávidas, mães e bebés na Europa. E revela que, no geral, as taxas de cesarianas foram mais altas (4%) em 2015, quando comparando com 2010. É o que diz a média, ainda que, olhando caso a caso, haja países que se destacam, como Roménia, que assistiu a um aumento de 27%, ou a Polónia (24%).
Portugal foge a esta lista, estando ao lado dos países que viram diminuir estes números, como a Lituânia, Letónia, Estónia, Itália e Noruega.
Até podem haver, por cá, menos cesarianas, mas há mais bebés a nascer com baixo peso, revelam os dados. No total dos países avaliados, os bebés com baixo peso à nascença representaram menos de 4,5% de todos os nascimentos na Islândia, Suécia, Finlândia e Estónia, mas mais de 8% em Espanha, na Hungria, Portugal, Grécia, Bulgária e Chipre.