Os jovens adolescentes que passam mais tempo a ver televisão ou entretidos com os dispositivos eletrónicos ingerem mais bebidas açucaradas ou com cafeína do que os restantes? A resposta sobre o consumo de açúcar ou cafeína é dada por um estudo realizado com adolescentes norte-americanos, liderado por investigadores da McMaster University.
Katherine Morrison, pediatra que liderou a investigação, feita a meias com colegas da California State University, nos EUA, confirma que, “um maior uso de dispositivos eletrónicos, principalmente da TV, está associado a um maior consumo de açúcar e cafeína entre os adolescentes”.
“Abordar este tema, através de um aconselhamento ou promoção da saúde, pode potencialmente ajudar.”
Mais tempo a ver TV, maior o consumo de açúcar e cafeína
As bebidas açucaradas e adoçadas artificialmente estão associadas à obesidade, diabetes, cáries dentárias e falta de sono. O excesso de cafeína, como aquele encontrado nas bebidas energéticas, está associado a dores de cabeça, pressão arterial mais alta, náuseas, vómitos, diarreia, dor no peito e também perturbações do sono.
O estudo, publicado no PLOS ONE, avaliou 32.418 alunos do 8.º e 10.º e descobriu que mais de 27% dos adolescentes excedem a ingestão recomendada de açúcar e 21% excedem a de cafeína, através do consumo de refrigerantes e bebidas energéticas.
São os rapazes que mais o fazem, sobretudo os que frequentam o 8.º ano, quando comparados com os alunos do 10.º ano.
Ainda de acordo com o estudo, uma hora adicional de TV por dia estava associado a um risco 32% maior para os jovens de excederem as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) no que diz respeito ao açúcar.
Cada hora a mais por dia de TV estava também ligada a um aumento de 28% no risco de exceder as recomendações de cafeína da OMS.
Não só ver televisão, mas também falar ao telemóvel ou usar as redes sociais: cada hora por dia a fazê-lo aumenta também o risco de exceder as recomendações de açúcar e cafeína.