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Abusa do café? Então tenha cuidado com a sua saúde cardiovascular

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Cerca de três mil milhões de chávenas de café são consumidas diariamente em todo o mundo. Por outro lado, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte a nível mundial, vitimando cerca de 17,9 milhões de pessoas por ano. Mas como é que estes dois assuntos podem estar relacionados? Segundo uma nova pesquisa, o consumo excessivo de café pode ser prejudicial para a saúde do coração.

Realizado por especialistas da Universidade de South Australia, o trabalho refere que consumo exagerado de café, ou seja, seis ou mais chávenas por dia, pode aumentar a quantidade de lípidos (gorduras) no sangue, contribuindo significativamente para um maior risco de doenças cardiovasculares. 

“É essencial perceber como é que uma das bebidas mais consumidas no mundo pode afetar a nossa saúde”, afirma Elina Hyppönen, professora e investigadora da Universidade de South Australia.

Por isso, o estudo, levado a cabo por um grupo de investigadores do Australian Centre for Precision Health da Universidade de South Australia, procurou examinar as associações genéticas e fenotípicas entre a ingestão de café e os perfis lipídeos do plasma, ou seja, os colesteróis e as gorduras no sangue. Para tal, os investigadores analisaram 362.571 participantes, com idades compreendidas entre os 37 e os 73 anos.

“Foram encontradas evidências de que o consumo habitual de café contribui para um perfil lipídico adverso, podendo aumentar o risco de doenças cardíacas. Sabe-se que os elevados níveis de lípidos no sangue são um fator de risco conhecido para as doenças cardíacas e, curiosamente, como os grãos de café contêm um composto que eleva o colesterol (cafestol) foi valioso examiná-los juntos”, explica Hyppönen.

O cafestol é uma molécula presente em cervejas não filtradas, mas também em cafés expressos, sendo a base para a maioria das bebidas feitas por baristas, incluindo lattes e cappuccinos. Assim, a autora do estudo aconselha, sempre que possível, o consumo de café filtrado ou instantâneo, visto que “há muito pouco ou nenhum cafestol nestas opções e, portanto, no que diz respeito aos efeitos dos lípidos, são boas opções”.

“O café é importante para muitas pessoas e, por isso, vai ser sempre um assunto controverso. Mas a nossa investigação mostra que o excesso de café não é, com clareza, bom para a saúde cardiovascular, tendo certamente implicações para aqueles que já estão em risco”, refere Hyppönen.

Por isso, alerta que “as pessoas com colesterol elevado ou que têm um maior risco de desenvolver doenças cardíacas devem escolher cuidadosamente o tipo de café que bebem”. 

Mas, afinal, como é que se pode consumir café e, ao mesmo tempo, garantir que a sua saúde cardiovascular não está em causa? Para a investigadora australiana, o conselho passa apenas por uma palavra: moderação. Porque “a associação café-lípido é dose-dependente, ou seja, quanto mais beber café não filtrado, maior probabilidade terá de aumentar os lípidos do sangue, colocando-se em maior risco de doenças cardíacas”.

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