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IPO Lisboa realizou mais de 100 transplantes de medula no ano passado

transplantes de medula

Foi há mais de três décadas que se realizou o primeiro transplante de medula no Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil. No ano passado, o IPO Lisboa realizou 109 e no primeiro semestre deste ano já se contam 56.

Estava-se em 1987 quando se fez o primeiro de muitos transplantes de medula no IPO Lisboa. Desde então, muita coisa mudou, mas o tratamento mantém a sua complexidade e exigência.

O tempo de hospitalização antes e depois do transplante é longo, feito em isolamento, seguindo-se dias de internamento em quartos resguardados. Quanto à recuperação, é sempre longa e exige idas regulares ao hospital, pois é preciso ter a certeza de que as células transplantadas não são rejeitadas pelo organismo do doente que as recebeu e acautelar quaisquer infeções.

Nuno Miranda, diretor da Unidade de Transplante de Medula do IPO Lisboa, faz o balanço do trabalho aqui realizado: foram 109 transplantes de medula feitos em 2021, 52 dos quais autólogos (ou seja, as células foram colhidas ao próprio doente antes de iniciar o tratamento – autotransplante) e 57 alogénicos (foi preciso encontrar um dador compatível na família mais próxima ou então através do registo internacional de dadores).

Transplantes de medula: o mais novo e o mais velho

Ao contrário do transplante de órgãos, os transplantes de medula não se realiza no bloco operatório. Os doentes recebem as células progenitoras hematopoiéticas (ou células-mãe) através do sistema circulatório, como se fosse uma transfusão de sangue. E estas fixam-se na medula óssea para se multiplicar e dar origem a novas células sanguíneas.

Para que as novas células não sejam rejeitadas, os doentes tomam imunossupressores, o que aumenta o risco das infeções, e daí a necessidade de muitos cuidados.

Dos transplantados em 2021, o doente mais novo tinha apenas dois anos de idade e o mais velho 68. Mas há muitos que continuam à espera: atualmente são cerca de 90 os doentes que aguardam por um transplante, alguns deles já com dador identificado. O problema é a capacidade das instalações e a falta de profissionais. “Em termos de recursos humanos temos obviamente falta. Esta é uma área muito exigente, tanto em quantidade de trabalho como em motivação”, explica Nuno Miranda.

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