Os resultados de um novo estudo, apresentado na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, sugerem que a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) é eficaz na prevenção do desenvolvimento de vários tipos de cancros causados pelo HPV, sobretudo o cancro da cabeça e pescoço nos homens.
“Este estudo junta-se a um crescente corpo de evidências que demonstram taxas reduzidas de cancro relacionado com o papilomavírus humano entre pessoas que receberam a vacinação”, refere o autor principal do estudo, Jefferson DeKloe, investigador da Universidade Thomas Jefferson. Mas vai além deste.
A investigação anterior relativa à vacinação contra o HPV centrou-se sobretudo nos resultados relacionados com o cancro do colo do útero, que é o quarto tipo de cancro mais comum a nível mundial, com cerca de 660.000 novos casos diagnosticados anualmente e quase 350.000 mortes, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Este estudo examina o risco de as pessoas vacinadas contra o papilomavírus humano desenvolverem cancros da cabeça e pescoço, da zona anal, do pénis, da vulva, da vagina e do colo do útero e visa igualmente examinar o impacto da vacina na necessidade de tratamento cirúrgico do cancro e das lesões pré-cancerígenas.
Os benefícios da vacina contra o HPV
Foram, aqui, incluídas 1.706.539 pessoas vacinadas contra o papilomavírus humano e 1.706.538 de controlo, com a mesma idade, sem vacinação prévia, sendo, ao todo, 56% do sexo feminino.
E a sua avaliação concluiu que os homens vacinados contra o HPV apresentavam um menor risco de desenvolver todos os cancros relacionados com o HPV, bem como um menor risco de desenvolver cancros da cabeça e pescoço em comparação com os homens não vacinados.
As mulheres vacinadas contra o papilomavírus humano apresentavam também um risco mais baixo de desenvolver cancro do colo do útero e um risco mais baixo de desenvolver todos os cancros relacionados com o HPV, em comparação com as mulheres não vacinadas. No entanto, as probabilidades de desenvolver cancros da cabeça e pescoço e cancro vulvar ou vaginal não foram significativamente diferentes nas mulheres vacinadas em comparação com as que não tinham recebido a vacina.
Os próximos passos incluem a análise dos resultados em pessoas vacinadas contra o HPV com mais de 39 anos de idade, agora que alguma forma de vacina contra o HPV está disponível há quase duas décadas. Os investigadores esperam analisar os resultados com base na idade no momento da vacinação, no tempo decorrido desde a vacinação até ao desenvolvimento de cancro entre as pessoas que desenvolvem cancro e discernir quais as populações com menor probabilidade de serem vacinadas contra o HPV.