Segundo os dados do Globocan, uma base de dados online que fornece estimativas de incidência e mortalidade por cancro em 185 países do mundo, Portugal incluído, contaram-se 865 novos casos de cancro do colo do útero em Portugal em 2020. No mesmo ano, 379 mulheres perderam a vida na sequência da doença, apesar de o cancro do colo do útero ser o único tumor ginecológico que pode ser prevenido – e existem inúmeras ferramentas para promover a prevenção, incluindo vacinas e estratégias com eficácia comprovada.
James K. Aikins, chefe de Oncologia Ginecológica do Rutgers Cancer Institute de New Jersey, nos EUA, confirma que quase todos os casos de cancro do colo do útero são causados por uma infeção viral conhecida como HPV (papilomavírus humano).
“O HPV causa primeiro células pré-cancerígenas e, se não for tratado, pode causar cancro do colo do útero”, refere, acrescentando que existe “uma vacina eficaz, disponível para prevenir o cancro causado por infeções pelo HPV”.
Em Portugal, a vacina contra o HPV está incluída no Programa Nacional de Vacinação (PNV) para as raparigas de 10 anos e desde outubro de 2020 que os rapazes nascidos a partir de 2009 podem também fazer a vacina gratuitamente.
Mas há outras formas de prevenção, como os exames de Papanicolau, que devem ser feitos regularmente, capazes de detetar a presença de lesões pré-cancerígenas que ocorrem ao nível das células e podem, eventualmente, tornar-se cancro. As mulheres com idades entre os 21 e os 65 anos são normalmente examinadas, mas a frequência varia de acordo com a idade e outros fatores.
Estilos de vida e o cancro do colo do útero
Manter um peso saudável, ser fisicamente ativo e seguir uma dieta saudável contribuem para a prevenção de muitas formas de cancro, às quais se juntam ainda parar de fumar. E um destes tipos de cancro é o do colo do útero.
Além disso, não há como saber se um parceiro sexual está infetado com HPV, pelo que o uso de preservativo pode reduzir a taxa de infeção por este vírus em cerca de 70%.
