A Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu como meta acabar com a epidemia de VIH/sida até 2030. Para alcançar este objetivo, o Fórum das Sociedades Respiratórias Internacionais pede aos governos, autoridades de saúde e organizações não-governamentais para fortalecerem a sua resposta, não só em relação a esta doença, mas também face à tuberculose, que é a principal causa de morte entre os portadores de VIH/sida em todo o mundo.
A tuberculose representa cerca de uma em cada três mortes de doentes com VIH/sida, revelam os dados do UNAIDS 2019.
“As pessoas com tuberculose latente que são VIH positivas precisam de terapêutica preventiva”, refere o presidente da American Thoracic Society, pneumologista e especialista em cuidados intensivos.
“Vários estudos mostram que essa terapêutica pode reduzir a probabilidade de morrer de tuberculose e sida em cerca de 40%.”
Nos países em vias de desenvolvimento, a tuberculose é frequentemente o primeiro sinal de que uma pessoa tem VIH. No entanto, cerca de metade dos que vivem com VIH e tuberculose desconhecem a sua coinfeção e, por isso, não recebem cuidados que possam prevenir doenças graves e mortes, segundo a OMS.
Estratégias para acabar com o VIH/sida
Desde o início da epidemia de sida, a OMS estima que cerca de 75 milhões de pessoas foram infetadas pelo VIH e 32 milhões morreram de doenças relacionadas com a sida. Hoje, só em África, mais de 25 milhões de pessoas vivem com VIH.
Educação, estratégias de prevenção e novos medicamentos, sobretudo terapêuticas antirretrovirais, têm reduzido, todos os anos, o número de mortes por sida, mas ainda assim, a ONUSIDA estima que, em 2018, quase 40 milhões de pessoas viviam com sida e cerca de 1,7 milhões foram infetadas de novo.
Uma resposta global ao VIH/sida pode ser reforçada, segundo os especialistas, pelo aumento da consciencialização sobre a ameaça global contínua de doenças relacionadas com o VIH e o seu vínculo com a tuberculose e outras doenças respiratórias, melhorar os resultados de saúde de pessoas que vivem com VIH através do atendimento a doentes e investigação sobre tratamentos e estratégias para o VIH e tuberculose, assim como reduzir a incidência e gravidade de doenças relacionadas ao VIH.
É preciso ainda melhorar a educação na área do VIH em comunidades de risco, para reduzir a incidência de novas infeções, assim como reduzir as disparidades e iniquidades em saúde relacionadas com o VIH.
“A boa notícia é que as terapêuticas antirretrovirais permitiram que o VIH/sida passasse de uma sentença de morte para uma doença crónica, e a tuberculose é evitável e curável”, refere Beck.
“Esses dois factos, juntamente com os milhões de vidas que podemos salvar, devem fortalecer a nossa determinação para garantir que esses avanços médicos estejam disponíveis para todos.”