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Medir radiação solar ou níveis de hidratação através de um adesivo colado na pele

adesivo

Imagine que vai fazer uma caminhada pela montanha e que tem acesso limitado a água. O risco de desidratação é real, mas graças à tecnologia desenvolvida pelo Instituto de Ciências Fotónicas de Barcelona (ICFO), é possível medir a hidratação da pele, otimizando a ingestão de água. E tudo graças a um adesivo colado na pele e um smartphone.

Esta é uma das soluções apresentada no Mobile World Congress, que decorre entre os próximos dias 25 e 28 em Barcelona, à qual se juntam várias outras, apresentadas pelo Graphene Flagship, uma iniciativa europeia que junta 150 grupos de investigação académica e industrial em 23 países da da área do grafeno.

Um pequeno adesivo que, colocado na pele, tem a capacidade de monitorizar vários parâmetros. Crédito: Graphene Flagship

Mas há mais. Um sensor, também em forma de adesivo, capaz de medir a saturação de oxigénio no sangue, que emite um sinal de alarme quando os níveis deste caem é outra das soluções que podem vir a estar disponíveis num futuro próximo. Ou ainda um protótipo que vai permitir aos utilizadores monitorizar os seus níveis de exposição à luz do sol, graças a um sensor de luz ultravioleta (UV).

Projetado como um adesivo flexível, transparente e descartável, este dispositivo pode ser ligado a um smartphone, que alerta quando forem atingidos níveis prejudiciais para a pele.

Avanços que, de acordo com os especialistas que os estão a desenvolver, têm o poder de transformar os nossos telefones em dispositivos capazes de salvar vidas.

Os wearables do futuro

As novidades que vão desfilar no Mobile World Congress não se ficam por aqui. Neste evento será ainda apresentado um sensor para fitness que, conectado ao telefone, alerta quando são ultrapassados níveis prejudiciais à saúde no que diz respeito aos níveis de hidratação, saturação de oxigénio, respiração ou temperatura.

Ou uma espuma de grafeno, aplicada em palmilhas, capaz de rastrear a distribuição da pressão ao longo do pé, com aplicações na área do desporto e podologia.

São, no fundo, sapatos inteligentes, que permitem a monitorização detalhada do desempenho e nos fazem pensar em novas formas de interagir com nossos produtos eletrónicos.

Mas o grafeno tem muitas outras aplicações possíveis, podendo ser ainda usado em implantes cerebrais, que registam e estimulam sinais cerebrais na superfície do cérebro.

Implantes mais confortáveis e sensíveis e menos invasivos graças à flexibilidade do grafeno, permitindo melhorar a compreensão e o tratamento de doenças neurais.

Ver com o smartphone o que os olhos não podem

Os especialistas preparam-se também para apresentar o mais pequeno espectrómetro do mundo e um sensor de imagem ativado por grafeno, que dispensam sistemas caros e volumosos.

Um espectroscopia de dimensões tão pequenas permite equipar os consumidores com ferramentas, até aqui apenas disponíveis em laboratórios altamente especializados, que facilitam desde a deteção de medicamentos falsificados, até a identificação de substâncias nocivas dentro de um produto que usamos ou alimentos que ingerimos.

“Instalado na câmara de telefone inteligente, o sensor baseado em grafeno permite que os telefones vejam o que é visível ao olho humano”, refere Frank Koppens, líder do grupo Graphene Flagship.

“Composto por centenas de milhares de fotodetetores, este sensor incrivelmente pequeno é altamente sensível à luz UV e infravermelha, permitindo aos consumidores segurarem a câmara num supermercado para identificar a peça de fruta mais fresca.”

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