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Tornar o estar presente um dos melhores presentes neste Natal. Como? Com mindfulness

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Há quem viva este período de festas com uma intensidade tamanha que só mesmo o seu fim consegue fazer com que os níveis de stress voltem ao normal. Para muitos, as compras, a comida, família, viagens, trânsito, festas e afins avolumam-se numa grande bola de pressão. Mas Ramnarine Boodoo, psiquiatra infantil do Hospital Infantil Penn State Health, sugere acrescentar mais um presente à lista este ano, só para si: o mindfulness.

Durante as últimas décadas, o termo tornou-se conhecido para muitos, mas para tantos outros continua a soar um pouco estranho. Há quem pense, de imediato, em túnicas, incenso e monges, mas não é preciso ser um guru para meditar.

“Tudo o que realmente precisa para praticar meditação é ser humano”, refere Ramnarine Boodoo, que deixa a receita para o conseguir:

Encontre um lugar sossegado. “Pode ouvir música, mas não precisa realmente de nada”. Sente-se ou deite-se; ponha-se à vontade; feche os olhos; preste atenção à sua respiração; sinta o ar fresco a entrar e o ar quente a sair; preste atenção às sensações na sua barriga. “Não tente manipulá-las”, explica o psiquiatra. “Apenas esteja atento a elas.”

Se for como a maioria das pessoas, os seus pensamentos andam a mil. Provavelmente, vão continuar a orbitar à volta daquilo que o está a tornar stressado. Não faz mal, refere o especialista. Basta chamá-los gentilmente de volta à sua respiração e às sensações a que está a prestar atenção.

Faça isso durante o tempo que quiser, mas alguns minutos são provavelmente o melhor para começar. Mais tempo é muitas vezes melhor à medida que se avança. Abra os olhos e prossiga o seu dia.

“O que todo o tipo de meditação e mindfulness tem em comum é que se trata de prestar atenção de uma certa forma”, afirma Boodoo. “Ao prestar atenção a algo de uma certa forma, começa a excluir coisas estranhas que não importam muito.”

Mindfulness: parar e respirar

Nesta época, o cérebro continua a correr e a tentar acompanhar um loop infinito de tarefas. “Todas estas coisas desordenam o nosso fluxo de consciência”, diz Boodoo.

Se cada item da lista de coiras a fazer se fizer acompanhar por stress, as pessoas podem desenvolver ansiedade. O mindfulness quebra o ciclo. Ao concentrar-se em algo que não os seus problemas, a sua importância diminui. Está a ensinar ao seu cérebro que não há problema em deixar cair alguns destes pensamentos, nem que seja apenas por alguns minutos.

Será que funciona realmente? Uma revisão de 14 estudos dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), de 2020, que incluíram mais de 1.000 participantes, mostrou que o mindfulness nas pessoas com problemas de saúde como cancro, diabetes e hipertensão levou a uma redução significativa da pressão arterial. Outros estudos relacionam o mindfulness com o alívio da dor crónica; redução do stress, ansiedade e depressão; e recuperação de problemas de sono e distúrbios de abuso de substâncias.

Nada disso significa que deve abandonar os seus planos de tratamento e concentrar-se inteiramente n mindfulness como uma cura. Mas pode valer a pena explorar os seus benefícios. “Pode ajudar a melhorar a sua qualidade de vida”, afirma Boodoo.

Se está à procura de um pequeno alívio do stress das férias, então alguns minutos de meditação podem ser suficientes para acalmar a sua mente. Mas a prática regular traz maiores benefícios, refere o especialista. “Parte do que estamos a fazer quando estamos a meditar é tirarmo-nos desse ciclo de procura do prazer e evitar a dor”, revela. “E estamos a começar a concentrar-nos no que realmente se está a passar aqui”.

Os adeptos dizem que a prática regular aumenta a clareza e provoca um ajuste das prioridades. Para muitos, a meditação e o mindfulness ajuda a melhorar o foco no que é importante e a colocar o que não é importante no seu devido lugar.

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