Há vários benefícios associados a passear regularmente os cães para os adultos mais velhos. De acordo com um estudo, publicado no Journals of Gerontology, passear o cão regularmente (pelo menos quatro vezes por semana) está associado a uma melhoria da mobilidade, à redução do medo de cair e a uma menor probabilidade de quedas inexplicáveis.
Até agora, poucas pesquisas analisaram a sugestão de que passear o cão pode proteger contra quedas e problemas de mobilidade mais tarde na vida. Este estudo quis avaliar se esta atividade estava, de facto, associado a uma redução da probabilidade de quedas, medo de cair e problemas de mobilidade num grande grupo de idosos.
Isto porque as quedas são o motivo mais frequente de internamento hospitalar de idosos e a causa mais comum de morte acidental na vida adulta, estado fortemente associadas a fraturas, incluindo fraturas da anca, perda subsequente de independência, maior utilização dos serviços de saúde, admissão em lares de idosos e mortalidade precoce.
Os dados deste estudo mostram que cerca de 30% das pessoas com mais de 70 anos, na Irlanda, sofrem quedas anualmente, e uma em cada oito vai às urgências devido uma queda a cada ano. Com o aumento da longevidade, o número de idosos que apresentam quedas aumentará consideravelmente nas próximas décadas, sendo, por isso, fundamental que se identifiquem estratégias que reduzam o risco de quedas.
Os resultados revelam que as pessoas que passeavam regularmente os seus cães tinham 40% menos probabilidade de sofrer quedas inexplicáveis e 20% menos probabilidade de relatar medo de cair.
O estudo enfatiza o potencial papel do passeio com cães na promoção da atividade física e da interação social, ambas essenciais para manter a independência na vida adulta. É importante realçar que, embora os níveis de atividade física entre os que passeavam e os que não passeavam cães fossem, em geral, semelhantes, a atividade específica de passear o cão parece conferir benefícios únicos.
O estudo destaca ainda a importância de promover atividades que sejam prazerosas e benéficas para a saúde à medida que envelhecemos.
“Este estudo demonstra os potenciais benefícios que passear regularmente com cães pode conferir às pessoas mais velhas”, revela Robert Briggs, geriatra consultor no St James’s Hospital e no Trinity College, e coautor do estudo.
“As pessoas que passeavam regularmente os seus cães tinham uma mobilidade significativamente melhor, menor probabilidade de quedas e eram menos propensas a desenvolver medo de cair. Embora isto possa dever-se, em parte, ao aumento da atividade física, é também provável que o aumento da interação social, do companheirismo e do propósito derivados de ter um cão desempenhem um papel importante.”
Já autora principal, Eleanor Gallagher, especialista em Medicina Geriátrica, considera que estas descobertas “destacam o valor de passear regularmente o cão, uma atividade simples e acessível que não só melhora a saúde física, como também traz benefícios para o bem-estar mental e a confiança entre os adultos mais velhos”.