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Relatório europeu alerta: é preciso mais prevenção e melhor acesso à saúde

acesso à saúde

O aumento da esperança de vida abrandou consideravelmente em muitos países da União Europeia (UE), revela o relatório Health at a Glance: Europe 2018, da Comissão Europeia e da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE). A este facto, os especialistas juntam o que dizem ser “grandes disparidades nos países, deixando para trás as pessoas com baixos níveis de escolaridade”. 

“Muitas vidas poderiam ser salvas se aumentássemos os nossos esforços para promover estilos de vida saudáveis e combater fatores de risco como o tabagismo ou a falta de atividade física”, alerta Vytenis Andriukaitis, comissário da Saúde e Segurança dos Alimentos.

“É inaceitável que, na UE, se percam todos os anos mais de 1,2 milhões de vidas prematuramente, quando tal poderia ser evitado através de uma melhor prevenção das doenças e de intervenções mais eficazes na área dos cuidados de saúde.”

Milhares de mortes evitáveis

De acordo com o relatório, tem-se verificado, nos últimos anos, uma taxa mais lenta de redução das mortes por doenças cardiovasculares e um aumento do número de mortes entre os idosos nos meses de inverno.

A isto junta-se o facto de subsistirem desigualdades na expetativa de vida: na UE, as pessoas com um baixo nível de escolaridade podem viver seis anos menos do que aquelas com um alto nível de educação.

“Precisamos de mais proteção e prevenção”, lê-se no documento, que chama a atenção para os mais de 1,2 milhões de vidas perdidas prematuramente todos os anos nos países da UE, que poderiam ser evitadas através de melhores políticas de prevenção de doenças e intervenções de saúde mais eficazes.

A questão da desinformação sobre as vacinas é abordada, com a defesa de mais esclarecimento e informação sobre o tema, assim como o reforço da luta contra os estilos de vida pouco saudáveis.

“Cerca de 790.000 cidadãos da UE morrem prematuramente todos os anos devido ao consumo de tabaco, ao consumo de álcool, às dietas pouco saudáveis e à falta de atividade física. Políticas para controlar o tabaco e o consumo nocivo de álcool ou para combater a obesidade precisam, portanto, ser ativamente perseguidas.”

Doença mental custa 4% do PIB europeu

A saúde mental é também alvo de atenção, com uma defesa da promoção da saúde mental e da prevenção destas doenças. De resto, os custos totais dos problemas de saúde mental, que incluem os custos para os sistemas de saúde e os programas de segurança social, mas também o emprego a redução da produtividade, ajudam a justificar esta atenção: estima-se que estes custos sejam superiores a 4% do PIB nos países da UE, o equivalente a mais de 600 mil milhões de euros por ano.

Promover a saúde mental e melhorar o acesso ao tratamento para pessoas com problemas de saúde mental deve, por isso, ser uma prioridade.

Assim como tornar os sistemas de saúde mais eficazes e centrados nas pessoas. “Não é apenas suficiente recolher dados sobre a mortalidade. Os cuidados de saúde precisam de colocar as pessoas no centro, o que exige que se pergunte maus sistematicamente aos doentes se são melhores, ou piores”, refere o relatório.

É preciso também “melhorar o acesso aos cuidados de saúde” e ter sistemas de saúde “mais resilientes” e adaptados a ambientes e necessidades em rápida mudança. Para isso, há que “reduzir gastos desnecessários”. Até porque a evidência de vários países sugere que até um quinto dos gastos com saúde são desperdiçados e poderiam ser realocados para um melhor uso. 

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