
Numa altura em que se assiste ao encerramento das maternidades, bem como ao encerramento dos Serviços de Urgência de diversas especialidades nos hospitais nacionais, utentes e profissionais de saúde vão juntar-se, em Odemira, para realizar uma ação que, ao mesmo tempo, visa comemorar o 45º Aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e defender a criação do SNS, assim como valorizar e propor soluções para a melhoria destes serviços.
Organizada pela Comissão de Utentes dos Serviços Públicos do Concelho de Odemira, a iniciativa vai decorrer no dia 14 de setembro, às 10h30, na Praça Sousa Prado (“Jardim dos Patos”), em Odemira, com a presença, para além dos utentes, de médicos, enfermeiros e o coordenador da Frente Comum.
É a mesma Comissão de Utentes que partilha alguns dos dados que motivam a preocupação de quem necessita do SNS naquela região:
– Odemira é um concelho com cerca de 30.000 habitantes, onde 25% dos utentes não têm Médico de Família; Na Freguesia de São Teotónio, uma das mais populosas do Litoral Alentejano, com cerca de 9.000 habitantes, 35% não têm Médico de Família.
– Numa outra freguesia deste concelho, de Luzianes-Gare, os utentes têm que percorrer cerca de 30 Km para acederem aos cuidados médicos, porque a sua extensão de saúde está encerrada.
– Na freguesia de Vila Nova de Milfontes, com cerca de 6.000 utentes, número que, no Verão chega a triplicar, a extensão de saúde encontra-se muito degradada. E ainda que há mais de 10 anos se multipliquem as promessas de construção de um edifício novo por parte dos diversos Conselhos de Administração da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano, tal ainda não se verificou.
No que diz respeito ao Hospital do Litoral Alentejano, os Tempos Máximos de Resposta Garantidos (Tempos de Espera), nas consultas, cirurgias e exames ultrapassam, na sua maioria, em muito o limite legal, como é disso exemplo a cirurgia de urologia, que tem um tempo de espera de cerca 400 dias;
Uma unidade de saúde onde não existe maternidade, pelo que as grávidas têm que recorrer ao Hospital José Joaquim Fernandes, em Beja, ou ao Hospital São Bernardo, em Setúbal, cujos serviços se encontram, também estes, muitas vezes encerrados.