Existe em Portugal desde 2011, mas nunca como agora deu tanto que falar. A vespa asiática, que tem sido associada à morte de pelo menos quatro pessoas nas últimas semanas, é uma espécie predadora da abelha europeia, que se tem estendido pelo território nacional. É para ela que alerta a Direção-Geral da Saúde (DGS).
“Os modelos previsionais apontam para que, em Portugal, esta espécie possa vir a colonizar quase todo o território continental, em função da suscetibilidade ambiental”, revela a DGS.
É sobretudo nas zonas urbanas e periurbanas que esta vespa se gosta de instalar. “Por tratar-se de uma espécie carnívora e predadora de abelhas, configura uma ameaça à sustentabilidade da apicultura em território nacional, com eventuais consequências diretas na produção de mel e produtos relacionados, assim como na produção agrícola, por via da diminuição da polinização vegetal, ponderada a importância das abelhas melíferas nesta relevante função biológica”, revela a mesma fonte.
Mais ainda, reconhece tratar-se de um risco para as populações. “No caso de sentirem os ninhos ameaçados, reagem de modo bastante agressivo, incluindo perseguições até algumas centenas de metros. O tratamento da picada requer os cuidados habituais para picada deste tipo de insetos.”
Tem sido de tal forma a preocupação com a vespa asiática que, em 2017, foi mesmo criada a Comissão de Acompanhamento para a Vigilância, Prevenção e Controlo da Vespa velutina, que elaborou o Plano de Ação para a Vigilância e Controlo da Vespa velutina em Portugal, revisto e atualizado em 2018.
Aprender a identificar a vespa asiática
A vespa asiática, também conhecida como vespa de patas amarelas, é predominantemente preta, apresentando uma faixa laranja no abdómen e uma faixa amarela no primeiro segmento. Observada de frente, a sua cabeça é laranja e as suas patas são amarelas nas pontas, medindo entre 17 e 32 mm de comprimento.
Na Primavera, cada rainha constrói o seu ninho sozinha, o ninho embrionário, que se assemelha a pequenas esferas, com cinco a 10 cm de diâmetro e com uma abertura no fundo, existindo depois ninhos secundários.
A colónia de vespas não hesita em se deslocar para outro local, se o primeiro ninho se tornar inseguro ou impróprio.