Os morangos podem parecer apenas mais uma fruta, mas os seus benefícios para a saúde são muito importantes, sobretudo para a diabetes, revela Arpita Basu, professora na Universidade de Nevada, Las Vegas, nos EUA, que há mais de uma década estuda a forma como os morangos podem ajudar a reduzir os riscos de diabetes e melhorar a saúde metabólica e cardiovascular em geral.
“Tenho uma grande paixão pelo conceito de alimento como medicamento”, refere Basu. “É gratificante trabalhar com doentes e participantes em estudos de investigação para lhes dar algo natural, em vez de medicação, para reduzir o risco de diabetes.”
Basu está agora a estudar a forma como os compostos bioativos dos morangos podem contribuir para reduzir o risco de diabetes, bastando uma simples porção de morangos por dia para melhorar a nossa saúde.
“Qualquer fruta com uma cor profunda é normalmente boa para si”, explica. “Quanto mais escura for a cor, maior será a quantidade de benefícios para a saúde. Isto é especialmente verdade para os morangos, porque todos eles são de cor vermelha. Todo esse vermelho vem de diferentes pigmentos vegetais. Algumas pessoas usam o vinho tinto como outro exemplo comum, mas as bagas têm menos açúcar do que as uvas”, acrescenta.
No que diz respeito à redução dos riscos de diabetes e outros problemas de saúde, a especialista refere que os estudos que fez sobre morangos revelam “uma melhoria acentuada do colesterol total e do colesterol LDL no sangue dos participantes. E números melhores nessas áreas demonstram reduzir o possível risco de ataque cardíaco e AVC”.
E, acrescenta ainda, não é preciso “consumir meio quilo de morangos por dia para ver a diferença. Existem alguns estudos de qualidade que demonstram que o consumo de meia chávena de morangos por dia traz benefícios para o organismo”.
Para esta especialista, “pensar nos alimentos como uma forma de medicina incentiva as pessoas a comerem melhor”. E é a esse tema que se dedica. Além do trabalho com morangos, é também investigadora na área da epidemiologia nutricional, para estudar o que as pessoas consomem habitualmente. “Fiz um estudo de intervenção sobre a eficácia dos mirtilos para mulheres com diabetes gestacional, por exemplo, e vi melhorias nos níveis de glucose no sangue. Esta é a importância da alimentação como medicamento. Na altura, nenhum destes adultos estava a tomar medicamentos para controlar a glicemia.”