Graças à popularização dos smartphones e tablets, e à multiplicação de canais de vídeo, jogos de computador e aplicações educativas, as crianças e adolescentes passam cada vez mais tempo a olhar para os ecrãs, geralmente com má postura, o que pode causar dores na coluna, entre outros problemas.
Um estudo de investigadores brasileiros, financiado pela Fundação de Investigação de São Paulo, identificou vários fatores de risco para a saúde da coluna vertebral, e entre estes conta-se o olhar para ecrãs durante mais de três horas por dia, a proximidade dos olhos ao ecrã e o sentar-se ou deitar-se de barriga para baixo.
O estudo centrou-se nas dores na coluna dorsal, que está localizada na parte de trás do peito (o tórax), sobretudo entre as omoplatas, estendendo-se desde a base do pescoço até ao início da coluna lombar. E contou com a participação de estudantes com idade entre os 14 e 18 anos.
A análise mostrou uma prevalência até um ano de 38,4% de dores na coluna dorsal e uma incidência de um ano de 10,1%, sendo este um problema mais reportado pelas raparigas do que pelos rapazes.
Fatores de risco das dores na coluna
As dores na coluna dorsal são comuns em diferentes grupos etários da população, com uma prevalência entre 15% a 35% nos adultos e 13% a 35% nas crianças e adolescentes.
Os seus fatores de risco são físicos, fisiológicos, psicológicos e comportamentais, de acordo com várias investigações. Há também fortes indícios dos efeitos da atividade física, hábitos sedentários e perturbações mentais na saúde da coluna vertebral. Todos estes fatores são considerados essenciais pela Organização Mundial de Saúde (OMS) na sua última revisão global de provas e diretrizes.
“O estudo pode ser utilizado para informar programas de educação sanitária para estudantes, professores, funcionários e pais”, refere Alberto de Vitta, primeiro autor do artigo e especialista em saúde pública.
A informação sobre fatores de risco para as dores na coluna dorsal em estudantes do ensino secundário é importante porque as crianças e adolescentes com dores nas costas são mais inativos, têm piores resultados académicos e têm mais problemas psicossociais, de acordo com o artigo.
