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Estudo confirma: “prescrições de natureza” fazem mesmo bem à saúde

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Imagine um novo tratamento, prescrito pelo seu médico, agradável e que pode usufruir quantas vezes quiser; sem efeitos secundários, a não ser uma euforia espontânea e bom humor, gratuito e disponível um pouco por todo o lado. Falamos da chamada “prescrição de natureza”, uma recomendação para passar tempo ao ar livre, que é já uma realidade em vários locais do globo. E foi para esta que quis olhar uma equipa de investigadores da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que avaliou estas prescrições e a sua capacidade de melhorar a saúde.

Para isso, os especialistas analisaram 28 estudos que testaram este tratamento em pacientes do mundo real, um trabalho publicado na revista The Lancet Planetary Health, que descobriu que as “prescrições de natureza” proporcionam benefícios tanto para a saúde física como mental. Os pacientes apresentaram redução da pressão arterial, bem como pontuações mais baixas de depressão e ansiedade e uma contagem diária de passos mais alta.

“A evidência mostra que as “prescrições de natureza” podem ajudar a restaurar e construir capacidades para melhor saúde física e mental. O que precisamos agora é descobrir como torná-las uma realidade de forma sustentada para aquelas pessoas com mais potencial de beneficiarem, mas que atualmente passam pouco tempo ao ar livre”, refere Xiaoqi Feng, líder do estudo.

O impacto da natureza

É um facto: a natureza torna-nos mais saudáveis e, confirma a ciência, reduz os danos causados pela má qualidade do ar, ondas de calor e stress crónico, ao mesmo tempo que incentiva comportamentos saudáveis, ajudando na prevenção da solidão, depressão e doenças cardiovasculares.

Vários estudos já mostraram que viver perto de certos tipos de espaços verdes pode melhorar a saúde. No entanto, refere Feng, a existência de um espaço verde de alta qualidade, como um parque, “não significa que todos irão visitá-lo e beneficiar dele”. Como podemos então “encorajar e possibilitar que as pessoas se (re)conectem com a natureza?”, questiona.

A resposta pode passar pela “prescrição de natureza”, que no Reino Unido são já usadas, assim como no Canadá, onde existe um programa nacional deste tipo.

“Quanto tempo deve durar a ‘prescrição de natureza’? O que deve estar incluído? Como devemos prescrever e por quem? Essas perguntas ainda não têm respostas”, afirma Feng. “Se quisermos que as ‘prescrições de natureza’ se tornem um esquema nacional, precisamos realmente de fornecer a evidência.”

Também é importante que as “prescrições de natureza” sejam acessíveis a todos, sobretudo aos que podem beneficiar mais.

“Não queremos que sejam um item de luxo para os ricos, que já têm acesso a praias e muitos espaços verdes de alta qualidade. Queremos que esses benefícios sejam para todos.”

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