
Estará a intensidade da marcha diária e a quantidade associadas ao risco de dor lombar crónica? Este foi o ponto de partida de um estudo, que confirma que as políticas e estratégias de saúde pública que promovam caminhadas podem ajudar a reduzir o peso da dor lombar crónica.
Realizado por um grupo de investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega, o estudo, publicado na revista JAMA Network Open, avaliou dados de 11.194 participantes, com uma idade média de 55 anos, e encontrou uma associação entre o volume de marcha e o risco de dor lombar crónica. Ou seja, confirmou que caminhar durante mais de 100 minutos por dia foi associado a um risco 23% menor de dor lombar crónica, quando comparando com uma caminhada de menos de 78 minutos diários.
Quanto à intensidade da marcha, esta foi também associada ao risco de dor lombar crónica, mas em menor grau do que o volume da caminhada.
“Quanto mais as pessoas caminhavam, menor era o risco”, refere Rayane Haddadj, líder do trabalho. Após cerca de 100 minutos, o benefício na redução da dor nas costas estabilizou.
Sabendo que a dor lombar afeta pessoas de todas as idades e é a principal causa de perda de saúde funcional, estimando-se que seja responsável por 7,7% de todos os anos vividos com incapacidade, uma carga que se espera venha a aumentar nas próximas décadas, representando um desafio substancial para a sustentabilidade dos sistemas de saúde, torna-se essencial reduzir esta carga, através da dentificação de fatores que possam ser alvos através de políticas e ações preventivas.
As orientações para o tratamento deste problema recomendam a atividade física, mas não existem recomendações explícitas sobre que tipo ou quanta atividade pode ajudar na prevenção da doença lombar crónica.
A caminhada, a forma mais comum de atividade física de lazer entre os adultos, está associada a um menor risco de várias doenças e o que os investigadores quiseram saber é se estava associada também a esta.
“As nossas descobertas sugerem que o volume diário de marcha é mais importante do que a intensidade média da marcha na redução do risco de doença lombar crónica”, referem os especialistas envolvidos neste trabalho.