Apesar de, no ano passado, se terem batido recordes em termos de transplantes feitos em Portugal, há um grande trabalho pela frente para manter os bons resultados, defende a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT), por ocasião das celebrações do Dia do Transplante.
“Fomos, em 2017, os segundos a nível mundial, com 34 dadores por milhão de habitante”, afirma Susana Sampaio, presidente da SPT, que salienta, no entanto, que para pelo menos manter estes números é necessário aumentar o número de elementos das equipas de cuidados intensivos, coordenação e das unidades de transplantação.
“É notório o esforço desenvolvido por todas as equipas que se encontram a trabalhar no limite sem que haja investimento da tutela nesta área, quer a nível de recursos humanos quer a nível de infraestruturas.”
Petição pede Dia Nacional do Transplante
A SPT aproveita, por isso, para deixar este alerta e aproveita as celebrações de mais um Dia do Transplante para recordar a petição, que convida todos os portugueses a assinar, que reclama que este dia se torne uma efeméride nacional, com a criação do Dia Nacional do Transplante.
Uma forma, explica, “de homenagear, em primeiro lugar, todos os dadores, os recetores, assim como todos os profissionais envolvidos nesta área”.
A arte e os transplantes
Este ano, o Dia do Transplante, assinalado a 20 de julho, celebra-se em Coimbra, subordinado ao tema ‘Os Transplantes e a Arte’.
Uma relação muito evidente no início da transplantação, explica Susana Sampaio, quando “os seus pioneiros de alguma forma necessitaram de possuir arte e engenho para ultrapassar as dificuldades que sentiram, numa época em que esta técnica dava os primeiros passos”, mas que não desapareceu nos dias de hoje.
“A arte é uma das melhores formas de o ser humano expressar as suas emoções e sentimentos. E o mundo da transplantação pode ser uma avalanche de emoções, quer para os dadores, para os recetores e mesmo para os profissionais de saúde.”
No Dia do Transplante pretende-se “homenagear todos os intervenientes na transplantação e chamar a atenção para a transplantação através da ARTE e ao mesmo tempo divulgar algumas das suas expressões”, refere a presidente da SPT, que chama a ainda a atenção para a necessidade procurar ir mais além.
Dado que o número de dadores falecidos não consegue suprir as necessidades de órgãos para os doentes em lista de espera, uma forma de aumentar a doação é através da doação em vida. “São, por isso, necessárias campanhas, para sensibilizar potenciais dadores e profissionais de saúde, que poderão ajudar a responder a todas as dúvidas que possam surgir.”