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Mais de cem cuidadores informais já contactaram linha de apoio em busca de ajuda

cuidadores informais

Foi criada com o objetivo de dar aos cuidadores informais um apoio muito necessário, mas pouco acessível: ajuda psicológica. Um mês depois do lançamento da Linha de Apoio Psicológico aos Cuidadores Informais, Vítor Neves, presidente da Direção da Europacolon Portugal, associação que implementa a iniciativa, que conta com o apoio do Movimento Cuidar dos Cuidadores Informais, e Patrícia Oliveira, psicóloga, fazem um balanço deste projeto.

Um mês depois do lançamento, que balanço se pode fazer da Linha de Apoio Psicológico para os cuidadores informais?

Um mês após o lançamento da Linha de Apoio Psicológico para Cuidadores Informais podemos fazer um balanço positivo deste projeto, dado que foi possível minimizar os níveis de sobrecarga emocional, e também auxiliar na aquisição de conhecimentos adaptados às necessidades de cada cuidador.

Quantas pessoas já contactaram a linha?

O número de chamadas efetivas recebidas neste período foi 135.

Que tipo de problemas são os que mais levam os cuidadores a procurar ajuda através da linha?

Sentimos que o tipo de problemas que motivam os cuidadores a procurar apoio através da linha é o suporte psicológico e o esclarecimento de dúvidas sobre o Estatuto do Cuidador Informal.

Acredita que esta é uma forma de minimizar os problemas emocionais que os cuidadores têm de enfrentar?

Esta linha é uma forma de minimizar a sobrecarga emocional que os cuidadores informais enfrentam, pois muitos deles têm de contrariar o isolamento social e não têm uma rede de suporte familiar e/ou comunitária.

Na sua opinião, que medidas deveriam ser tomadas para garantir aos cuidadores o apoio emocional de que necessitam?

As medidas que deveriam ser tomadas para garantir aos cuidadores informais o apoio emocional que necessitam passa por uma maior envolvência tanto do Sistema Nacional de Saúde, como também dos municípios, no que concerne à disponibilização/criação de serviços de psicologia que prestem apoio presencial individual e em grupo aos cuidadores que não têm acesso ao serviço privado, de forma a promover e trabalhar mecanismos cognitivos e comportamentais junto do cuidadores, trabalhar as estratégias de regulação emocional, promover uma mudança positiva e desenvolver ferramentas para conseguir lidar com as suas dificuldades de forma gradual e autónoma.

Tem-se falado muito do Estatuto do Cuidador Informal, sobretudo da dificuldade de acesso ao mesmo pela maioria das pessoas que cuidam. O que acha que deveria mudar neste Estatuto para que mais pessoas pudessem beneficiar de apoios?

Para as pessoas beneficiarem dos apoios do Estatuto do Cuidador Informal seria importante diminuir a burocracia associada ao processo, que em vários casos é complexa para os cuidadores e também cria desgaste de tempo quando estes têm todo o seu dia preenchido com a prestação dos cuidados.

Outro aspeto importante é a diminuição do tempo de espera para a aprovação ou indeferimento do pedido do Estatuto, sendo que a média de tempo de espera, após a submissão do pedido, é de cerca de três meses. Por último, também é importante ligar as pessoas aos recursos sociais dos municípios, de forma a facilitar o esclarecimento de dúvidas, como também auxiliar no processo burocrático e no acompanhamento dos mesmos.

Recorde-se que a linha está disponível para todos os cuidadores informais, funcionando cinco dias por semana, de segunda a sexta-feira, entre as 10h00 e as 12h00 e as 15h00 e as 18h00, através dos números 960 199 759 ou 808 200 199 (custo de chamada local), contando com o apoio de profissionais na área da psicologia, a quem caberá dar resposta às questões colocadas pelos cuidadores, num espaço onde vão poder partilhar as suas emoções e dificuldades psicológicas, ou apenas desabafar.

Crédito Imagem: Matthias Zomer (Pexels)

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